top of page
Buscar

É preciso ter a coragem de dizer: liberdade

Plenária Popular das LGBTI+ contra o Fascismo aponta a unidade e a luta como desafios da conjuntura

Pela democracia, LGBTI+ se posicionam contra o fascismo. Foto: Dowglas Silva

Durante as atividades da quarta turma do Curso para Militantes LGBTs Sem Terra, realizado entre os dias 16 e 20/10, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), um momento de unidade e de luta apontou diversos desafios para o Movimento LGBT diante do atual momento político, em que uma onda de violência tem tomado as ruas do país. 


Na última sexta-feira (19), a Plenária Popular das LGBTI+ contra o Fascismo se configurou como um espaço de articulação e de posicionamento político diante do processo eleitoral brasileiro, ao mesmo tempo, também projetou iniciativas entre as diversas organizações populares do campo e da cidade que tem atuado na luta contra a LGBTfobia e na defesa dos direitos da população LGBT. 


Com um espaço de mística, animação e ao refletir sobre o papel que os sujeitos possuem na luta política atual, a plenária encaminhou a construção de uma carta denominada “LGBTI+ pela Democracia e contra o Fascismo”. 


O texto foi referendado pelo MST, pela Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude e a Secretaria Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores (PT).


Foto: Dowglas Silva

Sobre as eleições e o crescente índice de violência, esses movimentos e organizações destacam na carta: “Nós, LGBTI+, sabemos muito bem o que pode significar para nossas vidas - ou para o fim delas - a eleição de um fascista à Presidência da República. Bolsonaro nunca escondeu sua aversão e seu ódio à diversidade sexual, de gêneros e à população LGBTI+, seja em sua atuação parlamentar ao longo de mais de 27 anos como deputado federal, seja em sua campanha presidencial”.


O documento se posiciona em defesa da unidade popular, da luta contra o fascismo e pelas políticas públicas que garantam respeito e dignidade à população LGBTI+. 


Leia a carta na íntegra.


LGBTI+ PELA DEMOCRACIA E CONTRA O FASCISMO


O crescimento da extrema-direita e do fascismo em nosso país, algo que tem se tornado mais explícito no decorrer da campanha eleitoral, e especialmente neste segundo turno, é preocupante para todas as pessoas que defendem a democracia e os direitos básicos, sexuais, reprodutivos e às muitas expressões de gêneros humanos. A expressiva votação obtida pelo candidato fascista e da extrema-direita mostra que será necessária uma ampla mobilização para derrotá-lo.  Neste sentido, envidaremos esforços nestes últimos dias de campanha para ocupar as ruas, dialogarmos com as massas e elegermos Fernando Haddad.  


Nós, LGBTI+, sabemos muito bem o que pode significar para nossas vidas - ou para o fim delas - a eleição de um fascista à Presidência da República. Bolsonaro nunca escondeu sua aversão e seu ódio à diversidade sexual, de gêneros e à população LGBTI+, seja em sua atuação parlamentar ao longo de mais de 27 anos como deputado federal, seja em sua campanha presidencial. Além disso embora se apresente também como a salvaguarda do combate à corrupção ele se lambuza da velha política do Caixa-2, que tanto crítica, e dos financiamentos privados e ilegais de campanha, como vimos na última semana vir à tona o escândalo da disseminação de Fake News via WhatsApp. 


Ao lado da LGBTIfobia, ele e sua campanha, também tem exalado seu ódio contra indígenas, quilombolas, bem como às lutas das mulheres e dos movimentos populares do campo e da cidade pela igualdade. Não podemos esquecer suas posições favoráveis à ditadura militar, à tortura, e aos ataques sistemáticos à construção da educação pública, gratuita e de qualidade bem como à soberania nacional e aos direitos.


É hora da mais ampla unidade dos setores que compreendem o risco iminente de uma tragédia caso o fascismo consiga eleger seu candidato à Presidência, também devemos trabalhar pela articulação de todas as pessoas LGBTI+ para garantir os espaços democráticos tão duramente conquistados. É preciso que compreendamos que nossa articulação não poderá limitar-se apenas a uma organização para este segundo turno, pois ainda que consigamos garantir a vitória de Fernando Haddad ou não, os enfrentamentos com os setores da extrema-direita tendem a recrudescer. Logo, precisamos nos manter nas posições e convicções políticas em defesa das diversidades humanas sexuais e de gêneros no campo progressista e popular.


Para isso, nós representantes do MST, ABGLT, ANTRA, CUT, MAB, Levante Popular da Juventude, Secretaria Nacional LGBT do PT, reunidos no dia 19 de outubro de 2018, na Escola Nacional Florestan Fernandes, na Plenária LGBTI+ contra o Facismo instituímos a REDE LGBTI+ Nacional PELA DEMOCRACIA E CONTRA O FASCISMO para fortalecer nossa luta, resistência e solidariedade e convidamos as demais redes do campo popular LGBTI+ a se somarem nessa luta.


DITADURA E TORTURA NUNCA MAIS! NÃO AO RACISMO, AO MACHISMO, A MISOGINIA E À LGBTIfobia! SIM À DEMOCRACIA: NENHUM DIREITO A MENOS! NENHUMA VIDA A MENOS! FORA FASCISMO!

bottom of page