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ABGLT contra censuras LGBTI+

Por Johnny Hooker, Renata de Carvalho e todas as artivistas em defesa das orientações sexuais e identidades de gênero

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) vem, através deste, manifestar total apoio e solidariedade ao cantor e compositor pernambucano Johnny Hooker que, desde a última sexta-feira (27), tem sido alvo de ataques protagonizados por oportunistas religiosos, após protestar durante seu show no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) contra a tentativa de proibir o espetáculo "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu", protagonizado pela atriz transexual Renata Carvalho, como parte da programação do festival. Após tentativas semelhantes de proibições em cidades como Jundiaí (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e no Rio de Janeiro (RJ), a peça passou por batalha jurídica para compor a programação do festival pernambucano.


Acreditamos que as repetidas tentativas de censura contra a peça e os ataques e denúncias sofridos por Johnny Hooker são reflexos da intolerância e LGBTIfobia presentes na nossa sociedade. Renata Carvalho, atriz protagonista da peça, se posicionou em entrevista ao jornal O Globo, afirmando que “Jesus é tido como a imagem e semelhança de todo mundo, menos de nós pessoas trans”, levantando questionamento sobre a falta de tolerância e respeito com as pessoas trans e seus corpos. Nesse sentido, entendemos o protesto do cantor, ao declarar que “Jesus é travesti sim”, como fundamental na luta contra a censura e silenciamento da população transexual e travesti.


A ABGLT reconhece que artistas como Johnny, Renata e tantas outras tem emprestado sua arte para um ativismo em defesa de nossa luta e de nossos corpos, o que tem incomodado de sobremaneira o patriarcado e o machismo que reforçam as violações diárias a todas nós LGBTI+. Por isso nos solidarizamos e nos colocamos a disposição para todo e qualquer tipo de apoio necessário. Estaremos sempre em defesa irrestrita a estas artistas e a todas que defendam a livre existência de nossas corporeidades. LGBTIfobicos não passarão!

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