ABGLT contra tentativa de associar LGBTIs a pedofilia
- ABGLT
- 18 de jul. de 2018
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No último dia 13, um dos três filhos de Jair Bolsonaro, Carlos Eduardo, que ocupa cargo de vereador no Rio de Janeiro pelo Partido Social Cristão (PSC), usou o twitter para postar um cartaz falsificado e afirmar que grupos LGBTI+ estariam defendendo a pedofilia, adicionando a letra "P" a sigla.
O pôster divulgado por um dos membros da família Bolsonaro já circula na internet há muito tempo e foi comprovado como falso, mais de uma vez, por diferentes sites. O site Snopes, por exemplo, apurou as origens do mesmo material que Bolsonaro postou, comprovando que é falso. “Esse não é um panfleto verdadeiro de um grupo LGBT, e não existe nenhum grupo LGBT que tolere a pedofilia, e muito menos algum que tenha anunciado que a letra “P” seria adicionada à sigla como forma de demostrar apoio à pedofilia”, concluiu o website.
Na investigação feita pelo Snopes, o panfleto falso surgiu no website 4chan, conhecido por ser origem de diversas fraudes e disseminador de fake news. A discussão entre os usuários do 4chan ainda se encontra acessível no site. Nela é possível ver usuários conversando sobre a melhor forma de fazer com que o panfleto falso fosse verossímil para conseguir convencer as pessoas que grupos LGBTI+ estariam incorporando a palavra "pedofilia" em sua sigla, vendo com vantagem convencer a população de associar LGBTIs a pedófilos. Algumas mensagens reafirmam o teor opressor da ação, onde homens gays são chamados de forma pejorativa como "bichas" e associados a "vermes".
Em declaração, Symmy Larrat, presidentra da ABGLT, defende que é inadmissível a tentativa de associar o movimento LGBTI+ a pedofilia, especialmente quando uma das principais lutas é a proteção da criança e do adolescente LGBTI+. "Somos contra a pedofilia, assim como o estupro corretivo, o abuso sexual e a violência que as crianças sofrem, muitas vezes dentro de casa", afirma.
A ABGLT repudia qualquer forma de associação do movimento LGBTI+ a pedofilia, afirmando em seu estatuto (Art. 9º do Capítulo II) que organizações que defendam a pedofilia não podem ser parte do quadro de afiliadas da ABGLT. Entendemos que a tentativa de associação é exemplo de desonestidade política e reflexo de uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais.